segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Relâmpagos de mim em Dar es Salam

Sentia-se o calor na garganta e a humidade por todo o corpo. Era um fim de tarde de uma estação do ano pouco definida. Era a época do cacimbo mas não parecia. Os cães, assustados, encostavam-se às paredes e mal se mexiam.

Eu, peguei na máquina e, ali, usando a luz que os relâmpagos me ofereciam, fiz os melhores auto-retratos de que me lembro. Foi em Dar es Salaam e eram 5h da tarde.

Nessa noite, dormi ao relento como se quizesse gravar em mim esse dia e, a partir dele, fazer alguma coisa de jeito da minha vida, tão cheia de dias e de pouco mais.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Um granizado de champanhe em Buenos Aires

Estava calor e eu tinha acabado de tomar um duche quase gelado o que não impedia de estar a precisar de outro. Saí, apesar de me perguntar para quê. Talvez fosse pelos ares ou pelos bares.

Ali, onde outrora o tango era coisa de homens, estava eu, hoje, a perguntar-me porque razão os detalhes eram tão importantes na minha vida. Bebi o granizado de champanhe levemente inclinado sobre o meu desconforto e dediquei-me a olhar em frente.