sexta-feira, 30 de julho de 2010

O brilho de Lisboa no meio dos boxers

Quando me sinto baço e quase opaco, vou-me embora de onde quer que esteja. E não, não é uma fuga. É algo de vital para a sobrevivência interior, exterior, de doutor, sem dor, com ardor, cheia de cor, a procura de amor, como queiram.

Vou e viajo sempre com bagagem reduzida. Isso significa que, espalmadas entre as boxers e as t-shirts, levo sempre meia dúzia de sensações que nunca me largam.

O brilho é uma delas.

O brilho da minha cidade, que me persegue pelas outras cidades por onde passo. Talvez por isso, levo sempre comigo o desejo do regresso. O regresso à minha cidade, Lisboa.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Verão em Amesterdão

Os barulhos em algumas cidades são assim uma espécie de cruzamentos de sons que nos trespassam (leia-se fazem-nos sentir vulneráveis).

Em Amesterdão, onde as gentes que se deslocam de forma aleatória, esses sons, que se misturam com o vento, disfarçando-se em vestes musicais, são reveladores.

A horas mágicas, como as 6h da manhã, às vezes com uma cerveja fresca em cima da mesa à nossa frente, um cheiro a pólen no ar misturado com aquele que sabemos ser de mar e que, inadvertidamente pensamos ser amar, invadem a nossa pequena existência de forma delicada.

É nessas alturas, que se ouve claramente um sax que nos grita.
Nós, respondemos sem nos fazermos ouvir.