sábado, 19 de junho de 2010

O monólogo da janela aberta em N.Y.

O calor da cidade fazia mais por mim do que toda a minha vontade.

Deitado naquele jardim de bairro, olhava eu, para um céu nuanceado de nuvens difusas e fininhas, quando me dei conta de que havia uma janela aberta a olhar para mim.

As cortinas a esvoaçarem, produziam uma fala de descodificação fácil, porque melodiosa. O escuro no interior, acolchoava os sons que o vento conseguia soprar. Chegou até mim. Eu, que ali estava, surpreendido porque as folhas nas árvores de tão sossegadas, pareciam ausentes, deixei-me encantar pelo momento, e deixei-o que as palavras que não era preciso dizer, se desenhassem nos contornos do meu sorriso, acabadinho de nascer.

Elas, brancas e eu, incolor, na minha insignificância.
Ambos, quedos.

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