domingo, 11 de abril de 2010

No sítio que é a tua foz

Hoje, estive lá... na tua foz, cheia de água.

Estive, com os meus olhos, a olhar o que tu vês, quando olhas e consegues ver. Estive deitado na tua areia, a olhar o teu céu e a cheirar o teu mar. Senti-te por ali. Estive a sentir-te durante toda a tarde. Para isso, precisei de apertar na minha mão umas pequenas pedras brancas, com a força de um abraço. Estive a ouvir aquele vento que tu ouves e que te desafia a sair dali mas que te encurrala na subida. O mesmo vento, que parece levar-te a minha voz, vinda dos lados do coreto, que há anos teima em estar ali à tua frente. É real e está lá. Eu sou real e estive lá.

Estive, mas tu não estavas... na tua foz, que te afoga.
(se estivesses, haviamos de ser. havemos de ser, eu sei)


Sem comentários:

Enviar um comentário