sexta-feira, 16 de abril de 2010

Um 22º andar no Panamá

O canal do Panamá atravessava-me o olhar todas as manhãs, desde que a luz me fazia levantar e ir, sem convicção, olhar-me ao espelho. Fazia-o, automaticamente, naquele espaço branco e asséptico onde, invariavelmente, me interrogava sobre o dever de me barbear e, aproveitando o balanço, sobre todos os outros deveres da vida.

Talvez, devido ao vapor de água que condensava à minha frente, essa questão dos deveres nunca foi muito clara. Nem ali nem em qualquer outro dos lugares por onde andei. Foi sempre uma questão por escanhoar e que, tal como a barba, levava a melhor sobre mim.

Sem comentários:

Enviar um comentário