sexta-feira, 23 de abril de 2010

Izapa ou quando amar é desapaixonar-se

Olhei para mim e lá estava o pó, que se tinha colado à pele. Olhei para o pó e lá estava eu, embalado pelo zumbido das moscas que pareciam marcam o compasso de uma qualquer dança sensual. Estavam também, ambas as margens do rio Suchiate.

Deitado de costas, naquele solo vulcânico, hesitante entre a humidade da montanha e a certeza da minha pequenês, deixei-me cobrir por aquela película escura e abandonei-me à sensação da minha vulnerabilidade, que não me deixava ser.

Ali, algures perto da fronteira com o México, de onde vinha o vento que trazia o pó e uma música no ar, percebi que amar pode não ser mais do que desapaixonar-se.

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