segunda-feira, 31 de maio de 2010

Transparências Bálticas

Debaixo de um tecto que domina um espaço vasto onde se aglutinavam diferentes sons, estava eu sentado, confrangedoramente dobrado sobre aquilo em que me tornei, quando decidi beber o copo de água, que me arrefeceu por dentro.

Escolhi um copo transparente, fino e de rebordo suavemente arredondado. A água, aí vertida, soluçou ao cair mas não se revoltou. Olhei o copo, olhei a minha mão que o agarrava, cheguei-o para mim e disse-lhe baixinho: sabes, bebo-te agora antes que morra.

Talvez por não ter escolhido um copo de design, coisa que, à minha volta era fácil, não me recordo do que senti quando o pousei.

Apenas continuo a senti-lo nas mãos.

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